quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Leitura Diária #008


O segredo da vida longa

Cientistas descobrem um fator tão importante quanto a herança genética para a longevidade: o bom convívio social

POR Rosana Zakabi

Ao estudarem os fatores que influem na longevidade e tentarem descobrir por que alguns eleitos chegam aos 100 anos, as pesquisas científicas costumam convergir em alguns pontos. A genética é determinante – a predisposição hereditária tem um peso de 20% a 30% sobre quanto se vive. Alimentar-se adequadamente e não fumar conta pontos. Mas também, para chegar aos 100 anos, ou perto disso, é preciso manter uma vida social ativa, conservando laços estreitos com a família, amigos ou vizinhos. A novidade é que esse último item, que costumava ocupar papel secundário entre os processos que concorrem para a longevidade, agora foi elevado à galeria dos que têm importância decisiva.

Constatou-se que, nos idosos, o contato social frequente estimula o funcionamento do cérebro num grau maior do que as atividades solitárias, como a leitura. Além disso, a convivência reforça o sistema imunológico, contribuindo para uma vida mais saudável, ajuda a controlar o estresse relacionado ao envelhecimento e até mesmo retarda os efeitos da doença de Alzheimer.

A pesquisa que consagra a importância do convívio social para a longevidade está sendo realizada atualmente pela National Geographic Society em parceria com a Universidade de Minnesota. As instituições mapearam as regiões do mundo onde se vive mais – Okinawa, no Japão, a Ilha da Sardenha, na Itália, e Loma Lima, na Califórnia, e a Península de Nicoya, na Costa Rica – e enviaram um grupo de médicos e demógrafos para estudar a população desses locais.

As quatro regiões têm uma quantidade extraordinária de habitantes com 100 anos ou mais. Em Okinawa, por exemplo, existe uma média de cinquenta centenários para cada 100.000 pessoas, mais que o dobro do que se verifica entre a população dos Estados Unidos. A pesquisa constatou que os habitantes de Okinawa, Sardenha, Loma Linda e da Península de Nicoya se mantém fisicamente ativos mesmo em idade muito avançada, fazendo caminhadas diárias, trabalhando no jardim e em hortas ou andando de bicicleta. Mas a característica que mais surpreendeu os pesquisadores foi o comportamento social dos habitantes idosos. “Pesquisei os hábitos de mais de 200 pessoas centenárias nas quatro localidades que já visitamos e constatei que uma das maneiras mais eficientes para viver mais e melhor é construir relações sólidas com a família e os amigos”, disse o americano Dan Buettner, coordenador do estudo.

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Mais dados da pesquisa:

Okinawa
A expectativa de vida é de 81,5 anos, 1,5 a mais do que no resto do Japão.

Sardenha
0,5% da população tem mais de 100 anos, o dobro da média da Itália.

Península de Nicoya
A chance de chegar aos 100 anos é 4 vezes maior do que nos Estados Unidos.

Loma Linda
A comunidade adventista vive 6 anos a mais do que os demais californianos.

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Caça Informação

1) Cite os quatro fatores apresentados pelo texto como importantes para que idades mais avançadas possam ser alcançadas.

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2) Também quatro é a quantidade de atividades destacadas pela autora do texto como características dos idosos fisicamente ativos nas regiões pesquisadas. Quais são elas?


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