O segredo da vida longa
Cientistas descobrem um fator tão
importante quanto a herança genética para a longevidade: o bom convívio social
POR Rosana Zakabi
Ao estudarem os fatores que
influem na longevidade e tentarem descobrir por que alguns eleitos chegam aos
100 anos, as pesquisas científicas costumam convergir em alguns pontos. A
genética é determinante – a predisposição hereditária tem um peso de 20% a 30%
sobre quanto se vive. Alimentar-se adequadamente e não fumar conta pontos. Mas
também, para chegar aos 100 anos, ou perto disso, é preciso manter uma vida
social ativa, conservando laços estreitos com a família, amigos ou vizinhos. A
novidade é que esse último item, que costumava ocupar papel secundário entre os
processos que concorrem para a longevidade, agora foi elevado à galeria dos que
têm importância decisiva.
Constatou-se que, nos idosos, o
contato social frequente estimula o funcionamento do cérebro num grau maior do
que as atividades solitárias, como a leitura. Além disso, a convivência reforça
o sistema imunológico, contribuindo para uma vida mais saudável, ajuda a
controlar o estresse relacionado ao envelhecimento e até mesmo retarda os efeitos
da doença de Alzheimer.
A pesquisa que consagra a
importância do convívio social para a longevidade está sendo realizada
atualmente pela National Geographic Society em parceria com a Universidade de
Minnesota. As instituições mapearam as regiões do mundo onde se vive mais –
Okinawa, no Japão, a Ilha da Sardenha, na Itália, e Loma Lima, na Califórnia, e
a Península de Nicoya, na Costa Rica – e enviaram um grupo de médicos e
demógrafos para estudar a população desses locais.
As quatro regiões têm uma quantidade
extraordinária de habitantes com 100 anos ou mais. Em Okinawa, por exemplo,
existe uma média de cinquenta centenários para cada 100.000 pessoas, mais que o
dobro do que se verifica entre a população dos Estados Unidos. A pesquisa
constatou que os habitantes de Okinawa, Sardenha, Loma Linda e da Península de
Nicoya se mantém fisicamente ativos mesmo em idade muito avançada, fazendo
caminhadas diárias, trabalhando no jardim e em hortas ou andando de bicicleta.
Mas a característica que mais surpreendeu os pesquisadores foi o comportamento
social dos habitantes idosos. “Pesquisei os hábitos de mais de 200 pessoas
centenárias nas quatro localidades que já visitamos e constatei que uma das
maneiras mais eficientes para viver mais e melhor é construir relações sólidas
com a família e os amigos”, disse o americano Dan Buettner, coordenador do
estudo.
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Mais dados da pesquisa:
Okinawa
A expectativa de vida é de 81,5
anos, 1,5 a mais do que no resto do Japão.
Sardenha
0,5% da população tem mais de 100
anos, o dobro da média da Itália.
Península de Nicoya
A chance de chegar aos 100 anos é
4 vezes maior do que nos Estados Unidos.
Loma Linda
A comunidade adventista vive 6
anos a mais do que os demais californianos.
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Caça Informação
1) Cite os quatro fatores
apresentados pelo texto como importantes para que idades mais avançadas possam
ser alcançadas.
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2) Também quatro é a quantidade
de atividades destacadas pela autora do texto como características dos idosos fisicamente
ativos nas regiões pesquisadas. Quais são elas?
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Quer o gabarito das perguntas? É
só colocar seu e-mail nos comentários abaixo, que eu te mando!
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