segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Leitura Diária #021

Qualidade do ensino ainda é precária, mas nunca tivemos uma geração de crianças com características tão favoráveis ao aprendizado

POR ANTÔNIO GOIS
01/02/2016 06:01

Hoje começa o ano letivo na maioria dos colégios públicos e privados do país. Cerca de 40 milhões de estudantes de todas as etapas da educação básica voltarão à sua rotina de deslocamento para as escolas, onde passarão ao menos quatro horas por dia aos cuidados de professores, diretores e funcionários.

Tradicionalmente, o início das aulas é um momento de renovar a esperança em nossa capacidade de fazer com que essas crianças e jovens aproveitem todo o seu potencial. O momento atual, porém, não é de otimismo. As projeções preocupantes do cenário econômico do país acabam por contaminar a expectativa de melhoria em quase todos os setores. Não bastasse essa onda impulsionada pela economia, temos também razões de sobra para insatisfação com os atuais indicadores educacionais.

Hoje, quase metade (46%) dos jovens brasileiros completa 19 anos de idade sem ter concluído o ensino médio, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE.  Do grupo que consegue chegar a esta última etapa da educação básica, apenas 9% têm aprendizado adequado em matemática e 27% em língua portuguesa. O ensino médio é o nível com indicadores mais preocupantes, mas não é onde começam os problemas. No terceiro ano do ensino fundamental, apenas 10% dos estudantes conseguem escrever textos adequados ao final do ciclo de alfabetização, de acordo com a Avaliação Nacional da Alfabetização.  

São indicadores preocupantes, que mostram que há muito a avançar. Ao mesmo tempo, por mais paradoxal que pareça, nunca tivemos um cenário tão favorável para fazer com que todas as crianças aprendam. Não podemos esquecer que pagamos até hoje a conta de nosso atraso histórico no setor. Em 1940, o Censo do IBGE indicava que setenta em cada 100 brasileiros de 7 a 14 anos estavam fora da escola. Hoje, esta relação é de apenas uma criança sem estudar para cada 100 da mesma faixa etária.

A atual geração tem também pais com escolaridade muito menos precária. Em 2014, 59% das mulheres de 20 a 49 anos tinham ensino médio completo, proporção que era de apenas 16% em 1981. E as crianças ingressam na escola mais cedo. Hoje, 90% já estudam aos cinco anos de idade. Em 1992, eram apenas 43%. Em resumo, podemos dizer que hoje quase todas as crianças de 7 a 14 anos estão na escola, têm pais mais escolarizados, e começaram a estudar mais cedo. Além disso, graças à expressiva queda nas taxas de fecundidade em todos os grupos sociais, essa população em idade escolar já está em queda, o que facilita a tarefa de aumentar os investimentos por aluno.

Há muito a avançar, e um abismo ainda nos separa dos indicadores educacionais dos países desenvolvidos. Porém, com todas essas variáveis jogando a favor, não podemos mais colocar exclusivamente nas crianças a culpa por nossos fracassos. Esta é a geração com melhores condições para aprender que já tivemos em nossa história. Falta aproveitar essa oportunidade.

(http://blogs.oglobo.globo.com/antonio-gois/post/qualidade-do-ensino-ainda-e-precaria-mas-nunca-tivemos-uma-geracao-de-criancas-com-caracteristicas-tao-favoraveis-ao-aprendizado.html)

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Leitura Diária #020


Dia Internacional dos Estudantes


O Dia Internacional dos Estudantes é o 17 de novembro e alude à repressão dos protestos estudantis contra a ocupação nazista da Tchecoslováquia, realizados entre 28 de outubro e 17 de novembro de 1939, no então Protetorado da Boêmia e Morávia.
A data foi estabelecida, em 1941, em Londres, durante reunião do Conselho Internacional de Estudantes (antecessor da atual União Internacional de Estudantes, UIE), da qual participaram delegados de 26 países.
Em 1 de setembro de 1939, a Alemanha invade a Polônia, marcando o início da Segunda Guerra Mundial. O território tcheco, porém, já fora ocupado pelos alemães desde 15 de março, quando a Boêmia e a Morávia foram proclamadas protetorado do Terceiro Reich.
A resistência tcheca contra a ocupação nazista no protetorado cresce a partir do final de 1939. Em 28 de outubro, aniversário da fundação da primeira República Tchecoslovaca, instituída em 1918, milhares de estudantes foram às ruas para protestar contra a ocupação alemã, nas ruas de Praga. Konstantin von Neurath, chefe das forças de ocupação no protetorado, determina que os manifestantes sejam duramente reprimidos. Em consequência, muitos são feridos - dentre os quais Jan Opletal (1915-1939), estudante da Faculdade de Medicina da Universidade Carolina, que viria a morrer no dia 11 de novembro.
O episódio acirra a resistência tcheca e, em 15 de novembro, dia do enterro de Opletal, houve novos protestos, com a participação significativa dos estudantes universitários.
Em represália, na madrugada de 17 de novembro todas as universidades do país foram fechadas. Forças nazistas invadiram a Sede da Federação Central de Estudantes Checoslovacos. Nove dirigentes estudantis foram fuzilados e mais de 1200 estudantes foram levados de suas casas para o campo de concentração de Sachsenhausen-Oranienburg, perto de Berlim, onde 18 deles pereceram.
> O outro 17 de novembro

Em 1989, o 17 de novembro viria a adquirir um significado adicional na Tchecoslováquia, quando os estudantes novamente tomaram as ruas no Dia Internacional dos Estudantes, dessa vez para protestar contra o regime comunista então vigente, sendo mais uma vez reprimidos duramente. O episódio marcou o início da Revolução de Veludo e o fim do regime socialista no país.
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Fonte: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Dia_Internacional_dos_Estudantes

Estamos voltando...

sexta-feira, 15 de março de 2013

Leitura Diária #019

A busca da felicidade

Ser feliz é provavelmente o maior desejo de todo ser humano. Na prática, ninguém sabe definir direito a palavra felicidade. Mas todos sabem exatamente o que ela significa. Nos últimos tempos, psicólogos, neurocientistas e filósofos têm voltado sua atenção de modo sistemático paraesse tema que sempre fascinou, intrigou e desafiou a humanidade.

As últimas conclusões a que eles chegaram são o tema de uma densa reportagem escrita pelo redator-chefe de ÉPOCA, David Cohen, em parceria com a editora Aida Veiga. O texto, conduzido com uma dose incomum de bom humor, inteligência e perspicácia, contradiz várias noções normalmente tidas como verdade pela maior parte das pessoas. A felicidade, ao contrário do que parece, não é mais fácil para os belos e ricos. A maioria dos prazeres ao alcance daqueles que possuem mais beleza ou riqueza tem, segundo as pesquisas, um impacto de curtíssima duração. Depois de usufruí-los, as pessoas retornam a seu nível básico de satisfação com a vida. Por isso, tanta gente parece feliz à toa, enquanto tantos outros não perdem uma oportunidade de reclamar da existência.

Mesmo quem passa por experiências de impacto decisivo, como ganhar na loteria ou perder uma perna, costuma voltar a seu estado natural de satisfação. Seria então a felicidade um dado da natureza, determinado exclusivamente pelo que vem inscrito na carga genética? De acordo com os estudos, não é bem assim. Muitas práticas vêm tendo sua eficácia comprovada para tornar a vida mais feliz: ter amigos, ter atividades que exijam concentração e dedicação completas, exercer o controle sobre a própria vida, ter um sentido de gratidão para com as coisas ou pessoas boas que apareçam, cuidar da saúde, amar e ser amado. Uma das descobertas mais fascinantes dos pesquisadores é que parece não adiantar nada ir atrás de todas as conquistas que, segundo julgamos, nos farão mais felizes. Pelo contrário, é o fato de sermos mais felizes que nos ajuda a conquistar o que desejamos.

Nada disso quer dizer que os cientistas tenham descoberto a fórmula mágica nem que tenha se tornado fácil descobrir a própria felicidade. Olhando aqui de fora, até que David e Aida parecem felizes com o resultado do trabalho que fizeram. Agora, é esperar que esse resultado também ajude você a se tornar mais feliz.

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(Gurovitz, Hélio. Revista ÉPOCA. Editora Globo, São Paulo. Número 412, 10 de abril de 2006, p.6)

quinta-feira, 14 de março de 2013

Leitura Diária #018


O idioma, vivo ou morto?

O grande problema da língua pátria é que ela é viva e se renova a cada dia. Problema não para a própria língua, mas para os puristas, aqueles que fiscalizam o uso e o desuso do idioma. Quando Chico Buarque de Hollanda criou na letra de “Pedro Pedreiro” o neologismo “penseiro”, teve gente que chiou. Afinal, que palavra é essa? Não demorou muito, o Aurélio definiu a nova palavra em seu dicionário. Isso mostra o vigor da língua portuguesa. As gírias e expressões populares, por mais erradas ou absurdas que possam parecer, ajudam a manter a atualidade dos idiomas que se prezam.

O papel de renovar a atualizar a língua cabe muito mais aos poetas e ao povo do que propriamente aos gramáticos e dicionaristas de plantão. Nesse sentido, é no mínimo absurdo ficar patrulhando os criadores. Claro que os erros devem ser denunciados. Mas há uma diferença entre o “erro” propriamente dito e a renovação. O poeta é, portanto, aquele que provoca as grandes mudanças na língua.

Pena que o Brasil seja um país de analfabetos. E deve-se endender como tal não apenas aqueles 60 milhões de “desletrados” que o censo identifica, mas também aqueles que, mesmo sabendo o abecedário, raramente fazem uso desse conhecimento. Por isso, é comum ver nas placas a expressão “vende-se à praso”, em vez de “vende-se a prazo”; ou “meio-dia e meio”, em vez de – como é mesmo?

O português de Portugal nunca será como o nosso. No Brasil, o idioma foi enriquecido por expressões de origem indígena e pelas contribuições dos negros, europeus e orientais que para cá vieram. Mesmo que documentalmente se utilize a mesma língua, no dia-a-dia o idioma falado aqui nunca será completamente igual ao que se fala em Angola ou Macau, por exemplo.

Voltando à questão inicial, não é só o cidadão comum que atenta contra a língua pátria. Os intelectuais também o fazer, por querer ou por mera ignorância. E também nós outros, jornalistas, afinal, herrar é umano, ops, errare humanum est. Ou será oeste?

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SANTOS, Jorge Fernando dos. Estado de Minas,
Belo Horizonta, 10 jun. 1996 (Texto adaptado)

quarta-feira, 13 de março de 2013

Inteligências Múltiplas

Hoje em dia, fala-se muito em "inteligências múltiplas". Chega-se, até, a enumerar sete. (E há fortes suspeitas de que existam mais!)

"Inteligência", porém, é uma só, desenvolvida, harmoniosamente, em todas as suas facetas, sejam elas quantas forem.

O mais correto seria falar em "módulos cognitivos" e não em "inteligências".

Se você está curioso em saber quais são as sete facetas básicas da inteligência humana, vamos descrevê-las rapidamente:

Linguística

É a que permite a recepção e transmissão da "palavra", seja ela falada, escrita, ou até "gesticulada", como é o caso dos sinais utilizados pelos deficientes auditivos.

Quem consegue, por exemplo, entender o "internetiquês" está usando seu módulo cognitivo linguístico.






Lógico-matemática

É a que permite estabelecer relações de causa e efeito, possibilitando a manipulação, inclusive, de relações numéricas.

Muitos pensam que a Matemática é difícil. Na realidade, o que complica a vida das pessoas é a falta de lógica.









Musical

É a faceta da inteligência humana que faz com que sejamos capazes não apenas de produzir boa música, seja tocando um instrumento ou cantando, mas faz, principalmente, com que possamos ouvi-la, aprimorando cada vez mais nosso gosto.

E lembre-se: talento se aprende! Inclusive o talento musical!








Espacial

É a habilidade de se orientar no espaço, imaginar objetos e saber relacionar uma planta ou mapa com o objeto real nela representado.

Qualquer pessoa deve saber, no mínimo, para onde aponta o norte, em qualquer momento e em qualquer lugar. Se ela não souber, é uma "desnorteada"!








Psicocinética

É a habilidade que permite dominar o próprio corpo e seus movimentos. Você é capaz de escrever tanto com a mão esquerda quanto com a direita?

Você tem boa pontaria? Sabe andar de bicicleta ou patins? Em quanto tempo você é capaz de separar as cartas pretas das vermelhas de um baralho?

Você consegue fazer uma mão girar no sentido horário e a outra no anti-horário?



 

Interpessoal

É a faceta da inteligência que permite seu relacionamento com outras pessoas. 

Se você já ouviu expressões como "liderança", "carisma", "trabalho em equipe", etc., saiba que elas se referem justamente a esse tipo de módulo cognitivo.







Intrapessoal

A famosa frase "Conheça a si mesmo", usada pelos filósofos gregos, refere-se justamente a esse tipo de habilidade.

Essa última faceta é, talvez, a mais importante, pois quanto mais você se conhecer, mais você vai poder se desenvolver.







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Fonte: "Aprendendo Inteligência", de Pierluigi Piazzi, Editora ALEPH.

Leitura Diária #017


“Curtir” é revelador, afirma estudo

Pesquisa identificou personalidades de usuários usando recurso

LONDRES – Sexualidade, inclinação política e até mesmo inteligência podem ser identificados por meio do que o internauta “curte” no Facebook, afirmou um estudo britânico revelado pela BBC.

Pesquisadores da Universidade de Cambridge usaram algoritmos para traçar religião, opção política, raça e orientação sexual dos usuários da rede social. A pesquisa, publicada no jornal acadêmico “PNAS”, traça perfis assustadoramente fiéis, segundo os pesquisadores.

A descoberta deveria fazer “soar o alarme” para os usuários, segundo os defensores da privacidade na internet. O estudo foi desenvolvido com a ajuda de 58 mil voluntários, seus “curtir” e informações demográficas fornecidas por testes psicométricos – criados para destacar traços de personalidade.

ALGORITMOS PRECISOS

Os algoritmos acertaram, por exemplo, em 88% na determinação do sexo masculino e em 95% na diferenciação entre negros americanos e brancos americanos.

Cristãos e muçulmanos foram corretamente identificados em 82% dos casos, e o status de relacionamento foi acertado aproximadamente 70% das vezes. Até mesmo o uso de drogas por determinados membros da rede foi detectado em 65% a 73% dos casos.

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(Publicado no jornal O GLOBO de 12 de março de 2013)

sábado, 9 de março de 2013

Leitura Diária #016

Tá Escrito
Revelação

Quem cultiva a semente do amor
Segue em frente, não se apavora
Se na vida encontrar dissabor
Vai saber esperar sua hora

Às vezes a felicidade demora a chegar
Aí é que a gente não pode deixar de sonhar
Guerreiro não foge da luta, não pode correr
Ninguém vai poder atrasar quem nasceu pra vencer

É dia de sol, mas o tempo pode fechar
A chuva só vem quando tem que molhar
Na vida é preciso aprender: se colhe o bem que plantar
É Deus quem aponta a estrela que tem que brilhar

Erga essa cabeça, mete o pé e vai na fé
Manda essa tristeza embora
Basta acreditar, que um novo dia vai raiar
Sua hora vai chegar

Quem cultiva a semente do amor
Segue em frente, não se apavora
Se na vida encontrar dissabor
Vai saber esperar sua hora

Às vezes a felicidade demora a chegar
Aí é que a gente não pode deixar de sonhar
Guerreiro não foge da luta, não pode correr
Ninguém vai poder atrasar quem nasceu pra vencer

É dia de sol, mas o tempo pode fechar
A chuva só vem quando tem que molhar
Na vida é preciso aprender, se colhe o bem que plantar
É Deus quem aponta a estrela que tem que brilhar

Erga essa cabeça, mete o pé e vai na fé
Manda essa tristeza embora
Basta acreditar, que um novo dia vai raiar
Sua hora vai chegar

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Vídeo: http://youtu.be/g9KZHT2UXpQ

sexta-feira, 8 de março de 2013

Leitura Diária #015

Dia Internacional da Mulher

O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, tem como origem as manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada da Rússia czarista na Primeira Guerra Mundial. Essas manifestações marcaram o início da Revolução de 1917. Entretanto, a ideia da existência de um dia internacional da mulher surge na virada do século XX, no contexto da Segunda Revolução Industrial e da Primeira Guerra Mundial, quando ocorre a incorporação da mão-de-obra feminina, em massa, na indústria. As condições de trabalho, frequentemente insalubres e perigosas, eram motivo de frequentes protestos por parte dos trabalhadores. Muitas manifestações ocorreram nos anos seguintes, em várias partes do mundo, destacando-se Nova Iorque, Berlim, Viena (1911) e São Petersburgo (1913).

O primeiro Dia Internacional da Mulher foi celebrado em 28 de fevereiro de 1909 nos Estados Unidos, por iniciativa do Partido Socialista da América, em memória do protesto contra as más condições de trabalho das operárias da indústria do vestuário de Nova York. Em 1910, ocorreu a primeira conferência internacional de mulheres, em Copenhague, dirigida pela Internacional Socialista, quando foi aprovada proposta da socialista alemã Clara Zetkin, de instituição de um dia internacional da Mulher, embora nenhuma data tivesse sido especificada. No ano seguinte, o Dia Internacional da Mulher foi celebrado a 19 de março, por mais de um milhão de pessoas, na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça. Poucos dias depois, a 25 de março de 1911, um incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist mataria 146 trabalhadores - a maioria costureiras. O número elevado de mortes foi atribuído às más condições de segurança do edifício. Este foi considerado como o pior incêndio da história de Nova Iorque, até 11 de setembro de 2001. Para Eva Blay, é provável que a morte das trabalhadoras da Triangle se tenha incorporado ao imaginário coletivo, de modo que esse episódio é, com frequência, erroneamente considerado como a origem do Dia Internacional da Mulher.

Em 1915, Alexandra Kollontai organizou uma reunião em Christiania (atual Oslo), contra a guerra. Nesse mesmo ano, Clara Zetkin faz uma conferência sobre a mulher. Na Rússia, as comemorações do Dia Internacional da Mulher foram o estopim da Revolução russa de 1917. Em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro pelo calendário juliano), a greve das operárias da indústria têxtil contra a fome, contra o czar Nicolau II e contra a participação do país na Primeira Guerra Mundial precipitou os acontecimentos que resultaram na Revolução de Fevereiro. Leon Trotsky assim registrou o evento: “Em 23 de fevereiro (8 de março no calendário gregoriano) estavam planejadas ações revolucionárias. Pela manhã, a despeito das diretivas, as operárias têxteis deixaram o trabalho de várias fábricas e enviaram delegadas para solicitarem sustentação da greve. Todas saíram às ruas e a greve foi de massas. Mas não imaginávamos que este ‘dia das mulheres’ viria a inaugurar a revolução”.

Após a Revolução de Outubro, a feminista bolchevique Alexandra Kollontai persuadiu Lenin para torná-lo um dia oficial que, durante o período soviético, permaneceu como celebração da "heróica mulher trabalhadora". No entanto, o feriado rapidamente perderia a vertente política e tornar-se-ia uma ocasião em que os homens manifestavam simpatia ou amor pelas mulheres - uma mistura das festas ocidentais do Dia das Mães e do Dia dos Namorados, com ofertas de prendas e flores, pelos homens às mulheres. O dia permanece como feriado oficial na Rússia, bem como na Bielorrússia, Macedónia, Moldávia e Ucrânia.

Na Tchecoslováquia, quando o país integrava o Bloco Soviético (1948 - 1989), a celebração era apoiada pelo Partido Comunista. O MDŽ (Mezinárodní den žen, "Dia Internacional da Mulher" em checo) era então usado como instrumento de propaganda do partido, visando convencer as mulheres de que considerava as necessidades femininas ao formular políticas sociais. A celebração ritualística do partido no Dia Internacional da Mulher tornou-se estereotipada. A cada dia 8 de março, as mulheres ganhavam uma flor ou um presentinho do chefe. A data foi gradualmente ganhando um caráter de paródia e acabou sendo ridicularizada até mesmo no cinema e na televisão. Assim, o propósito original da celebração perdeu-se completamente. Após o colapso da União Soviética, o MDŽ foi rapidamente abandonado como mais um símbolo do antigo regime.

O ano de 1975 foi designado pela ONU como o Ano Internacional da Mulher e, em dezembro de 1977, o Dia Internacional da Mulher foi adotado pelas Nações Unidas, para lembrar as conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres.

No Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado durante as décadas de 1910 e 1920. Posteriormente, a data caiu no esquecimento e só foi recuperada pelo movimento feminista, já na década de 1960, sendo, afinal, adotado pelas Nações Unidas, em 1977. Na atualidade, a celebração do Dia Internacional da Mulher perdeu parcialmente o seu sentido original, adquirindo um caráter festivo e comercial. Nessa data, os empregadores, sem certamente pretender evocar o espírito das operárias grevistas do 8 de março de 1917, costumam distribuir rosas vermelhas ou pequenos mimos entre suas empregadas.

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Adaptado de http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_Internacional_da_Mulher